domingo, 25 de janeiro de 2015

Santiago, Valparaíso, Vina del Mar e Cajon del Maipo - Chile

Para começar o ano de 2015 diferente, pela primeira vez entrei o ano fora do Brasil e longe das areias da praia do Rio de Janeiro. Destino, Chi-Chi-Chi Le-Le-Le  - e lá fui eu.

Primeira dica: troque poucos reais no aeroporto porque em Santiago você conseguirá cotações bem melhores. A conta mais básica e rápida para ter sempre uma noção de quanto estará pagando é: $1.000 pesos=R$ 4,00.

A primeira visão esplendorosa e magnífica que se tem minutos antes de aterrissar no aeroporto Arturo Merino Benitez são das Cordilheiras dos Andes que nada mais são do que a maior cadeia de montanhas do mundo (aproximadamente 8 mil quilômetros de extensão). Nesta época do ano em pleno verão, quase não se vê neve a não ser nos mais altos picos da Cordilheira que mesmo com pouca neve são belíssimos.


Chegando no aeroporto, já era mais de 20h e o sol ainda brilhava. Primeira coisa procurar o guichê dos táxis autorizados para chegar ao apart hotel. Tinha lido em vários lugares e recomendado até pela proprietária do apart que fiquei, para procurar pela empresa Transvip, porém ao chegar aos guichês ninguém veio atender e a empresa ao lado chamada Transfer Delfos foi super solícita e prestativa. Não hesitei - fui com eles e optei por ir de transporte coletivo que custou $6.000 e foi super tranquilo. Para quem não gosta de compartilhar nada, existe a opção de ir sozinho e pagar $ 22.0000. Esses valores são equivalentes para onde eu fiquei, no caso o bairro da Providência. Só achei que eles não tem nenhum preparo para os turistas. Poderiam ser mais simpáticos e conversar com os passageiros e falar dos pontos por onde passamos mas, enfim, fora isso correu tudo bem.


O apart que fiquei foi perfeito, super indico. Apart Hotel Latino fica no bairro da Providência - bem localizado. Da pra ir a pé ao Patio Bellavista, ao Funicular do Cerro San Cristobal e de táxi está bem próximo de vários outros pontos como o novo Mall Costañera Center, e o melhor, custa bem baratinho.

Já era noite quando cheguei, foi só o tempo de tomar um banho e partir pra rua. Como ainda não sabia que tudo era tão próximo, desci e só atravessei a avenida para pegar um táxi e ir ao Patio Bellavista. Eis que sinalizo ao primeiro que estava passando e olha só o que me levou até o destino - graças a Deus era próximo...rssss



Cheguei sã e salva ao famoso Patio Bellavista que realmente é um lugar bem bacana. São vários bares e restaurantes com música ao vivo e lotado. Fora do Patio está o bairro Bellavista que também é bem legal para quem curte algo como a Lapa. (ta certo que a Lapa é bem mais bacana, mas lembra). São vários bares com mesas na calçada e gente para todos os lados na calle (rua) Pio Nono.

Parei primeiro no restaurante La Palmera para tomar um pisco sour e comer uma tabla palmera (uns belisquetes que lá eles chamam de picadillos e gostam de misturar carne com camarão).


Fiquei por ali um pouco vendo o movimento mas, logo fui para o Patio que para o meu gosto foi mais atrativo. Como já era pra lá de 23h o lugar estava bastante cheio, em pleno sabadão! 
Parei onde tinha lugar, um restaurante chamado Tambo de culinária peruana. Desta vez não fui de pisco e sim de uma cerveza do Peru chamada cusqueña e um ceviche. Tudo muito bem preparado e com preços bem parecidos aos nossos.


No segundo dia, agora como eu já sabia que o bairro Bellavista ficava bem próximo, andei até a locadora de veículo aonde havia feito reserva. Basta atravessar o rio Mapocho e pronto. A locadora em questão foi a Chillean Rent a Car e tudo fluiu sem nenhum problema até porque 90% das pessoas que estavam na locadora eram brasileiras. Nenhum mistério para locação, tudo igual ao que estamos acostumados e nem pedem carteira internacional. O que tem de diferente por lá é um tag que já vem no carro para os pedágios das rodovias urbanas e já está incluso no valor da locação. Peguei o carro mais básico de todos, um spark que não tem no Brasil, atendeu super bem para o que precisei e olha que não foi só andar na cidade...rssss.

Carro na mão, hora de pegar a estrada rumo a Valparaíso e Viña del Mar. São 130km por estradas boas. Existem dois pedágios no caminho, cada um no valor de $ 2.500 e um túnel com 3km de extensão.


Chegando à Valpo como é mais conhecida, à primeira vista você tem vontade de fazer o primeiro retorno e ir embora. A cidade é feia, cheia de prédios caindo aos pedaços mas, por outro lado, tudo tem seu charme. Fundada em 1543, a cidade é portuária e tem mais 40 cerros (morros). Por ser tão pitoresca acabou tombada pela Unesco e hoje é patrimônio da humanidade.

Logo na chegada entrei à esquerda na rua Argentina e uma feira enorme que ocupa quase toda extensão do canteiro central da rua. Vendem de tudo. É um típico mercado de pulgas mas, nem parei, segui adiante e voltei para avenida principal Errázuriz que é à beira mar da cidade e parei direto no Ascensor Artilleria.


Um "bonde" de madeira que faz a ligação da Plaza Aduana (Wheelwright) ao Paseo 21 de mayo. Parei o carro na praça e subi. Tem um custo de $ 600 pesos para subir e descer e o pagamento é feito só la em cima. De lá se tem uma vista de todo o porto; o Museo Maritimo Nacional; várias barraquinhas de artesanato além de lojinhas nas ruelas do cerro bem interessantes como a Vinizio: uma loja de vinhos e cervejas artesanais e de lá sai com algumas garrafinhas e o melhor, eles aceitaram reais. :D


De lá, depois de descer, uma passada na Plaza Sotomayor onde estão reunidas vários construções históricas da cidade e fui rumo a casa do famoso poeta, Pablo Neruda, La Sebastiana.


Existem três casas de Neruda no Chile: esta em Valpo, a La Chascona em Santiago, bem próximo ao Funicular e uma outra que fica na Isla Negra. Eu só passei nesta de Valpo e fiquei bestificada com o valor para ter acesso a casa. ($ 5.000 pesos por pessoa). Achei tão caro que não entrei, tirei umas fotos na parte externa, comi uma empanada no café e andei pelos arredores que pra mim valeram mais a pena.

"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências." (Plabo Neruda)

Em apenas 10 minutos você já está na bela cidade de Viña del Mar, absurdamente oposta a Valpo. A cidade é moderna, grandiosa e bem bonita.


Infelizmente tive um pequeno probleminha na viagem. Fiz todo roteiro antes de viajar mas, sei lá o  porquê, a extensão do arquivo não abria e até eu conseguir converter ,acabou que deixei de visitar alguns pontos na cidade, pois, estava "às cegas". Ainda tentei achar um suporte ao turista mas, nada. De qualquer forma consegui chegar na famosa praia de Reñaca que é realmente muito bonita.

O dia maravilhoso como estava, eu deveria ter ido à praia, isso sim! Porém, resolvi dar uma volta, comprei um chip para o celular da operadora local. Aliás, coisa que deveria ter feito desde o primeiro dia, desta forma o trip advisor pode te salvar em vários momentos. De repente, passei por um grande shopping ou mall como eles chamam por lá, o Marina Arauco e fui la dar uma olhada e aproveitei para almoçar e trocar mais alguns pesos. Aliás, até então foi a melhor cotação que tinha achado, (R$ 1,00 para $200 CLP).

Saí do mall e fui visitar o Castillo Wulff mas, infelizmente estava fechado. De qualquer forma deu para fazer algumas fotos neste ponto turístico que fica praticamente no mar.


Como não poderia faltar: o famoso relógio de flores da entrada ou saída da cidade, como queira, inaugurado em 1962 e que tem mecanismo que foram levados direto da Suiça. Repare no sol as 21h15 da noite - sensacional!!!! :D Hora de voltar a Santiago.


No terceiro dia levantei cedo para pegar estrada rumo a parte mais esperada dessa viagem: Cajon del Maipo. Saindo de Providência rumo à Av La Florida e lá chegando a área do Pirque onde também ficam várias vinícolas, entre elas a mais famosa Concha y Toro. Existem duas opções de caminho, eu optei pelo Camino a Pirque que é um pequeno trajeto onde existem vários restaurantes com estilo bem rústico, arborizado e com nenhum trânsito. Depois a estrada volta à "principal" que é o Camino al Vólcan onde as placas já começam a surgir com instruções de comportamento para caso o vulcão entre em erupção.


Até El Romeral, são 73Km com estrada asfaltada e depois disso, terra pra que te quero e mais de 30km até Embalse el Yeso por um percurso com muitas pedras e sinuosas curvas até momentos de estar dirigindo à beira do precipício com espaço apenas para passagem de um veículo.

No meio do caminho uma pequena queda d'água onde parei para me refrescar um pouco com as águas das geleiras. Foi uma delícia e super propícia, pois, o calor estava demaissssss. Em alguns momentos olhando todo este cenário me senti em Brokeback Mountain...rssss 


Eis que de repente surge o grande e belíssimo lago de Embalse el Yeso. Este magnífico local foi tido para Dalai Lama como: o centro energético mundial e fica na zona central da Cordilheira dos Andes.


A sensação de chegar neste lugar não dá para ser descrita. Horas depois de tanta poeira, caminhos incertos e muita cautela para andar por uma estrada um tanto quanto desafiadora, você chega ao local onde vê a perfeição do mundo. São 3.000 metros de altitude e 253 milhões de metros cúbicos de água.


Depois de ficar contemplando esta maravilha mais alguns quilômetros à frente está a Termas del Plomo qual acabei não indo até lá porque estava muito quente e chegar em um local onde você tem águas que chegam até 70ºC, não era uma boa ideia. Foi então que resolvi voltar dali e parar em algum restaurante na estrada para almoçar.
Passando por San Gabriel na beira da estrada está o La Calchona, um pub/restaurante bem bacana com uma área externa grande e deliciosa e foi ali que parei para degustar um belo bife de chorizo com uma cerveza Cristal Cero.
Depois tudo o que eu queria era uma rede ali mesmo mas, tive que encarar a estrada e retornar a Santiago.


Quarto dia de viagem ainda em êxtase por toda a maravilha de Cajon, foi dedicado para conhecer a cidade de Santiago, sua cultura, seu povo e sua gastronomia. Para começar, o café da manhã,  duas quadras do apart no Café - "Entre Os Bispos"  - que atende muito bem quem não precisa de um banquete. 


Fui direto para Plaza de Armas e de lá segui andando aos outros pontos do centro da cidade. Como todo centro urbano, muita gente nas ruas e aquela correria do dia-a-dia. Seguindo, fui parar na Plaza de la Constitucion, passando pelo Tribunales de Justicia e o Palacio de la Moneda.


Andando por essas ruas percebi que muitas pessoas bebiam e comiam ao mesmo tempo algo muito comum para os chilenos, como se fosse uma água de coco para nós. Lá fui eu ver o que era. Conhecido como "la bebida do Chile" trata-se de um jugo de huesillos que é pêssego com trigo e vários pedaços da fruta. Eu até consegui tomar porque gosto de pêssego mas, achei um pouco enjoativo, não aguentei tomar tudo. Valeu a experiência e viva nossa água de coco.


Como já estava no centro aproveitei para trocar mais uns pesos na famosa rua Augustinas. Ali você anda e escolhe a melhor cotação. É uma casa de câmbio ao lado da outra mas atenção, muita atenção. Me passaram $30.000 CLP falsos e só quando fui pagar uma conta é que a pessoa me alertou que existem muitas notas de 20 e 10 mil falsas no mercado. Fiquei estarrecida com tamanha pilantragem dos hermanos mas, deixa estar, não era isso que iria estragar minha viagem. Hora de almoçar e de lá parti para o Mercado Central para comer a tão falada centolla.


O Mercado Central, diferente da maioria dos mercados tem como principal atrativo: frutos do mar. Não tem um cheiro agradável e nem aspecto muito bom, mas são sempre pontos turísticos e indicados aos que visitam a cidade pela primeira vez, portanto, valeu para conhecer mas, com certeza é um local que não voltarei mais. Comi no Donde Augusto que tem o mercado praticamente só para ele e lá fui encarar a tal centolla. Fui atendida pela garçom Chico bastante simpático e que me indicou a cerveza Austral, bem leve e gostosa e destrinchou todo o bichinho para saborear. Eles servem a centolla junto a uma espécie de molho com azeite e muuuuuuuuuuuito alho, bem quente. Serviu mais uma vez para experimentar, contudo, foi a conta mais cara de toda viagem, mais de $57 mil e que na verdade não valem.

Hora de partir para o Cerro San Cristobal que a propósito da varanda do apart avistava a Virgem Maria que fica no cume do cerro.


Um passeio absolutamente dispensável. Lá de cima avista-se a cidade, ok! Um monte de prédios e só, é só isso mesmo, se você mora em São Paulo por exemplo, olhe agora pela sua janela - é isso o que verá subindo o funicular e o pior, ainda tem que pagar...rsss
Embaixo do cerro fica outra casa de Pablo Neruda - nem me dei o trabalho de ir até o local. Peguei o rumo do apart e fui pra "casa" descansar.

Quinto dia e fui tomar café onde havia lido que é uma das mais tradicionais "padarias" de Santiago, chama-se Confiteria Torres que fica no bairro Las Condes na Av. Isidora Goyenechea. Uma avenida muito bonita e ampla, cheia de bares, restaurantes, lojas e galerias de arte. Aqui vale a pena gastar uns pesos para o desayuno.

Fui andar pelo bairro e descobri que ali próximo na Av. Apoquindo tem um Banco do Brasil, e nas proximidades você também encontra o Banco Itaú e Santander. Passei também pela deliciosa loja El Mundo del Vino onde pude trazer algumas garrafinhas a preços ótimos bem diferentes dos praticados aqui na terrinha e segui até o mall Costanera Center.


Uma dica para quem precisar sacar dinheiro e seu banco for Bradesco: basta ir até um caixa do Santander que tem em vários pontos da cidade que funciona normalmente. O mall Costanera Center é o maior centro comercial da América Latina e as lojas ocupam seis andares do empreendimento. Aproveitei que lá estava e fui almoçar no Senz, um restaurante japonês com sushis muito interessantes com abacate e milho.


A noite, como era dia 31 de dezembro, eu já havia comprado o ingresso para festa no Cerro Santa Lucia, onde fica o Castillo Hidalgo - o mais engraçado é que a festa só começa 00h30 ,pois, parece que os chilenos tem por tradição virar o ano em casa e depois sair. Tudo bem né, abri minha garrafinha de champagne e 00h fui na varanda do apart, dei um grito de "Feliz Ano Novo" e acabei de me arrumar para sair...rsss


A festa foi bem bacana. Acredito eu, pelo menos 50% de brazucas. Três ambientes, cada um com estilo de música, bebidinhas e um coquetel thai levaram noite a dentro às boas vindas a 2015.

Último dia, depois de acordar em um 01 de janeiro de 2015 em Santiago que nada abre porque existe uma lei que proíbe abertura do comércio, só me restou a Starbucks para um lanche que também ficava bem próximo ao apart e depois foi só esperar a hora de partir experimentando mais umas cervezas chilenas e um picolé de naranja bastante interessante com dois palitos.


Apesar de bem rápida, foi uma viagem proveitosa mas que tenho certeza que ainda voltarei ao Chile mais vezes, pois, existem vários lugares maravilhosos para conhecer nesse país tão extenso de raras belezas. Adios!